A resistência do Oscar Frota, área próximo ao Portinho
Por menor que seja a chuva, a área da Praça do Mercado Central fica
alagada criando grandes transtornos para veículos, pedestres e,
principalmente, para os comerciantes ali estabelecidos, prejudicando a
movimentação, também, do mercado. Diante de tão grave problema, o poder
público resolveu agir e deu início à desocupação da área da galeria,
onde outrora foi o igarapé do Portinho, por onde navegavam embarcações
oriundas da Baixada maranhense, que traziam para a capital produtos
alimentícios originados do setor primário. A ação do poder
público iniciou na área conhecida como Oscar Frota, em alusão ao
comerciante do mesmo nome, estabelecido no local. Com o passar do tempo,
em virtude de ter se tornado área de prostituição, recebeu a o nome
“Xirizal”, evocando a denominação existente somente no Maranhão, da
genitália feminina. Técnicos da Prefeitura de São Luís fizeram a
retirada do Bar São Sebastião, que ali se instalou há 40 anos e expandiu
sobre a galeria. O local foi limpo e causou grande apreensão entre as
prostitutas, comerciantes e frequentadores. Elas temendo perder o local
para “trabalhar”, os comerciantes preocupados com os prejuízos, e os
frequentadores por não terem mais um local no Centro para suas
diversões.
Clientela em baixa
Com o
fechamento do Bar São Sebastião, os frequentadores do ambiente
imaginaram que o Xirizal havia acabado e se afastaram. Com a redução dos
clientes aconteceu a lógica diminuição da renda daquelas mulheres,
aumentando-lhes a preocupação. Cada uma tem uma história que a levou a
comercializar o próprio corpo, sendo mães solteiras e até donas de casa.
Danielle,
29 anos, faz “ponto” há mais de três anos, na região e lamenta que a
sua renda diária tenha sofrido considerável baixa, que ela avalia em
mais de trinta por cento. “Não tenho emprego e venho pra cá porque
preciso. Sou mãe solteira e tenho um filho que depende de mim. Agora não
sei o que fazer, pois não terei como ver mais os meus clientes”,
afirmou. Danianne, 23 anos, está há cinco meses fazendo a “vida”
no Xirizal. Ela lamenta a retirada do Bar São Sebastião. Ela disse que o
proprietário a quem ela chamou de “Barbudo” era muito amigo e tratava
as mulheres muito bem. “O bar dele era o principal porque ficava de
frente para a Avenida Magalhães de Almeida e atraia muitos clientes. Nas
segundas-feiras e sábados chegava a fazer quatro “programas” logo pela
manhã e no final do dia, conseguia ganhar até R$ 400,00. Tenho filhos
para sustentar e como não tenho emprego, venho fazer “programa”.
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